Afinal, o que é um alimento ultraprocessado?

Nutrição

Afinal, o que é um alimento ultraprocessado?

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Cada vez mais se fala em alimentos ultraprocessados, o que é bom: precisamos mesmo ter noção sobre o que comemos! Mas o fato é que muita, muita gente não sabe direito o que eles são e acaba achando que são todos iguais e todos ruins. Melhor entender de vez, né? Então vamos lá:

O Guia Alimentar para a População Brasileira, utilizado pelo Ministério da Saúde como indicação de como deveria ser uma dieta saudável para os brasileiros, classifica os alimentos em categorias de acordo com seu grau de processamento:

In natura e minimamente processados: os primeiros são alimentos obtidos diretamente da natureza, como frutas, legumes e verduras; os minimamente processados tem alterações bem pequenas, como os grãos moídos, as farinhas e os vegetais congelados, por exemplo.

– Processados: levam adição de sal ou açúcar ou alguma técnica industrial, como legumes em conserva, frutas em calda, pão e leite pasteurizado.

– Ultraprocessados: são produtos cuja fabricação envolve diversas etapas e técnicas, além de vários ingredientes, incluindo sal, açúcar, óleos, gorduras e aditivos. Exemplos? Refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, macarrão instantâneo…

Segundo a Organização Mundial da Saúde e o Guia Alimentar para a População Brasileira, para evitar doenças associadas à alimentação (como diabetes e hipertensão, entre outras), devemos basear nossa dieta do dia-a-dia em alimentos in natura e minimamente processados, comer um pouco dos processados e dar uma beeeeela maneirada em ultraprocessados – é aquele papo de ter uma dieta variada, colorida, cheirosa e cheia de texturas e sabores, sabe? 

Aqui, vale um aviso: nem todo alimento enquadrado na categoria de ultraprocessado é igual: “É essencial ler a lista de ingredientes”, diz a nutricionista pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional, Débhora Medeiros. “Só assim é possível saber o que existe, de fato, naquele alimento. Não se apegue apenas a tabela nutricional”, continua. 

Quer um exemplo real e beeeem prático? Dá uma olhada na lista de ingredientes desses dois pós para preparo de bolo sabor chocolate, de diferentes marcas:

Marca 1:

Farinha de trigo enriquecida com ferro e ácido fólico, açúcar, cacau em pó, gordura vegetal, sal, fermentos químicos (bicarbonato de sódio, pirofosfato ácido de cálcio, fosfato monocálcico e fosfato ácido de alumínio e sódio), emulsificantes (ésteres de mono e diglicerídeos de ácidos graxos com ácido lático e ésteres de ácidos com propilenoglicol) e aromatizante.

Marca 2:

Farinhas integrais (farinha de arroz integral orgânica, farinha de aveia integral orgânica, farinha de mesocarpo de babaçu integral, farinha de licuri integral, farinha de linhaça dourada integral), açúcar mascavo orgânico, cacau em pó orgânico e fécula de mandioca orgânica.

Para sair do mercado sabendo direitinho o que estamos levando pra casa, Débhora dá mais duas dicas que valem ouro.
A primeira: “Nem tudo o que não compreendemos na lista de ingredientes é, necessariamente, ruim. Há alimentos fortificados com vitaminas e minerais, por exemplo, que trazem termos técnicos como Tocoferol, Tiamina e Ácido Ascórbico – que são somente Vitamina E, Vitamina C e Vitamina B1”.
A segunda: “Os ingredientes da lista são citados em ordem de quantidade na receita. Se ela começa com açúcar, por exemplo, significa que o que mais existe naquele alimento é… açúcar. Muito importante ficar atento.”

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