Personagem Incrível: Roberta Rapuano

Personagem Incrível

Personagem Incrível: Roberta Rapuano

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Tem muita gente que acha que, por causa de sua educação, história ou trajetória, a alimentação vegetal nunca poderá ter lugar em sua vida. Nossa Personagem Incrível de hoje vem mostrar, justamente, o oposto disso!

Roberta Rapuano é Engenheira Agrônoma, de formação, com um MBA em Inteligência de Mercado. Formada em 2014, desde o começo da sua carreira, teve interesse na redução do uso de agrotóxicos e é fiel defensora da importância do que ela chama de “caminho do meio”, isto é, da necessidade de abrir diálogos e formas de conciliar o sonho e a realidade.

Desde sempre com vontade de aprender, na prática, o cultivo e preparação do solo, assim que saiu da faculdade, Roberta resolveu morar nos Estados Unidos, onde trabalhou com agricultura orgânica e familiar. Sem saber, foi ali que começou a ser plantada uma semente, que daria muitos frutos no futuro: sua paixão pela terra e pelo planeta.

“Eu fiquei encantada com o que descobri lá. Mas, no Brasil, eu não conhecia muitos lugares que tivessem esse olhar e abordagem. Aí, na volta para o país, quis ter esse entendimento do que era o Brasil em termos de agricultura. Acabei indo trabalhar numa fazenda em Goiás, depois em uma empresa agro (de monocultura) e também na indústria do tabaco.”

Roberta conta que essas experiências somaram muitas coisas pra que ela pudesse construir seu olhar crítico perante o mercado e buscasse fazer algo diferente no mundo.
Foi com essa vontade que, na sequência, acabou entrando no universo das startups, onde descobriu que havia gente fazendo coisa muuuito legal e que era possível, sim, almejar construir algo novo, com impacto e que respeitasse seus valores e ideais.

“Nesse caminho eu fui conhecendo várias empresas de impacto, até que encontrei o empreendedor que tinha a ideia da duLocal, que era, na época, uma operação super pequena em São Carlos. Entrei na empresa no fim de 2018, ajudei a construir muito do que ela é hoje e acabei me tornando COO, no processo. Depois, estive afastada do projeto por um período, em 2021, mas acabei voltando e agora sou a CEO do negócio”

A duLocal é uma startup, que acredita que a comida é um motor de regeneração ambiental e geração de renda de localidades fora do centro. Por isso, a empresa conecta agricultores familiares de orgânicos com cozinheiras da periferia, o que resulta em marmitas vegetais.
E se hoje, para Roberta, comer plant-based se tornou grande parte da sua vida, isso não foi verdade durante muuuito tempo.

Foto: Gsé Silva

“Eu não tinha relação nenhuma com a alimentação vegetal! Eu fui parar na duLocal muito pela lógica de conexão dos agricultores, pelos orgânicos, a origem dos alimentos, por querer participar da resolução de um problema que eu via em algumas grandes corporações, com um produto que fazia bem e regenerava o mundo… Mas eu nunca tinha enxergado a comida de vegetais como uma resposta a isso!”

Roberta conta que seus pais sempre foram a favor da comida de verdade, algo que vem até de antes, do tempo de seus avós, mas que foi só com o seu negócio de alimentação vegetal que ela mudou, de fato, a sua forma de comer.

“Quando eu experimentei os pratos vegetais da chef criativa da duLocal, Rafita Soldan, que com muita criatividade, faz os ingredientes terem, totalmente, outra configuração eu comecei a ver que era possível comer muito bem e ficar feliz com seu prato 100% vegetal!”

Hoje em dia, Roberta admite ser grande fã de produtos inovadores à base de vegetais e está sempre procurando e experimentando novidades do mercado.
E depois que mudou sua forma de olhar o alimento, muita coisa boa foi desenrolando em sua vida.

“Minha família tem tendência a diabetes, triglicérides elevados, colesterol…e hoje meus exames são completamente equilibrados, tenho uma vida bem mais saudável. Em aspectos gastronômicos e de diversão, conhecer tantos outros sabores, já que os vegetais são muito mais versáteis do que podemos imaginar, tem sido muito maravilhoso! Tenho encontrado sabores e inúmeras possibilidades. E, claro, tem também um lugar de consciência: cada vez mais me considero um ser humano ativista, pelas escolhas que faço, onde coloco meu dinheiro etc.”

Roberta diz que comer plantas a faz sentir um ser humano menos egoísta em diversos aspectos. Para quem está se abrindo para o mundo vegetal, Roberta deixa alguns conselhos.

“Eu diria: se inspire! Hoje tem muitos lugares que estão fazendo comida com vegetais de um jeito incrível, super saboroso, que tornam essa experiência apaixonante. Eu iria buscar bastante cor e sabor. Eu fiz isso, lá atrás, e depois comecei a me inspirar para reproduzir isso na minha casa.”

No entanto, Roberta entende que pode haver pessoas com menos acesso a lugares e comidas plant-based, seja por questões financeiras ou geográficas, mas lembra que a internet abre um universo infinito de possibilidades!

“Hoje em dia tem muito conteúdo legal de gente mostrando receitas ou como fazer para deixar seu prato divertido e saboroso. A cozinha de vegetais é uma cozinha que, com pouco dinheiro, pode ser muito maravilhosa. Eu brinco e falo para quem torce o nariz o seguinte: ‘ué, mas você não gosta de batata frita?’ Se inspire e mude a sua relação com a comida. Ela pode deixar de ser um momento robótico e se tornar um olhar de novidade para a sua própria vida!”

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